Minha Triste Imperfeição

“Fui pega pelas memórias que havia jogado de lado, a fim de esquecê-las, mas elas vieram à tona e derrubei-me em lágrimas. Eu nunca fui sentimental, mas esse sentimento me deixa toda derretida. Com lágrimas nos olhos recém-enxugados e com memórias tão difíceis de esquecer. Não quero esquecer, não mesmo. Esses momentos foram tão bons, que vale a pena sentir um pouco de dor para poder revivê-los mentalmente. Dá uma dor no coração só por relembra-los. Dá um aperto, o nó na garganta aumenta, as lágrimas transbordam e a dor continua. Não me importo, se a dor é um preço a pagar por viver momentos tão maravilhosos, eu pago. Lembro daqueles erros, de coisas que eu devia fazer, mas não fiz. Se houvesse um modo de voltar no passado e consertar algumas coisas, eu faria. Foram tantos erros, hoje me culpo por cada um, mas nada volta, nada feito se conserta. Uma enxurrada de lágrimas toma conta do meu rosto. Olhos avermelhados, cansados de tantas noites em claro. Memorias vão e vem, ótimas memorias que me arrancam sorrisos tortos, outras que me marcaram o mais erradamente possível. Me apego vendo aquelas fotos, das caretas bobas que fazíamos, dos sorrisos sinceros que não vejo à dias, desde aquele dia. Dia que se foi e levastes consigo tudo de melhor que existia em mim. Deixou meu coração em cacos, pequenos cacos que demoraram para se restaurar, ou até nunca se restaurem. Não completamente. Você me marcou de uma forma indescritível, inesperada e incomparável, deixando uma recordação que serei incapaz de apagar. Absolutamente incapaz.”